terça-feira, 30 de junho de 2009

A cibercultura para a política.

Final de semana foi repleto de estudos acerca de como o ciberespaço influencia as relações interpessoais na contemporaneidade. Lindo tema, mas o que significa?

Para quem não estuda cultura não saberia a diferença entre Internet e Ciberespaço. O primeiro é uma rede de conexão que interliga os diferentes ambientes do ciberespaço. Portanto, aquilo que conhecemos como ambiente virtual, cheio de livros, perfis pessoais, informação, fotos de lugares, sites de empresas não é Internet, mas lugares dentro de uma rede que conseguem se interligar graças à Internet. Se claro isso, podemos continuar.

As pessoas, como eu disse no post anterior, vivem experiências efêmeras. E com o surgimento da Internet essas experiências ficaram muito mais denegridas. Especialistas americanos, como Castells, afirmam que uma pessoa, hoje em dia, possui cerca de 1000 relações pessoais (1000 amigos) e desses, apenas 10 podem ser considerados íntimos. Os 990 outros não passam de contatos volúveis que se tem graças à cibercultura. Porém, o autor não critica essas relações. Ele afirma que o ser humano precisa, atualmente, dessas relações fracas pois elas lhe garantem um senso de integração e amizade muito grandes.

Exemplo disso é a disputa para se ter mais amigos no orkut ou para se ter followers no Twitter. A necessidade de se ter milhares de amigos se dá pelos fracos laços que temos com eles, causados, principalmente, pela velocidade que o fluxo de informações cibernéticas se dá e sua influência no comportamento humano.

Ainda, estudando Santaella, descobri que quando uma mensagem [publicitária também] é difundida dentro do ambiente desses usuários, ela é mais verossímil do que se captada de outros meios. O senso de igualdade que o ciberespaço causa no usuário faz com que a mensagem seja absorvida como se dita por um amigo. Informações contidas nos fóruns de discussão são mais verdadeiras e dentro da realidade desses usuários do que as transmistidas pela televisão ou pelo jornal.

Motivos como esses levaram Barack Obama a se tornar presidente dos Estados Unidos. Ele soube usar essa rede tão bem que influenciou e até atraiu jovens voluntários para a sua causa. Lindo não é? Alguém lutando por um argumento ou por uma marca? Obama nada mais é do que uma marca que representava mudança e quebra de padrões. Quando tiverem a oportunidade de ler seu discurso, verão como ele sabe lidar com os jovens e com a sociedade, usando argumentos bem construídos, dizendo principalmente que todos, independente de serem negros ou brancos, pobres ou ricos têm um mesmo sonho, o sonho americano.

Não aprecio aquele país, porém admito que ele é um dos melhores políticos da atualidade, pela sua postura de campanha e por, de um mês para outro, superar Hillary Clinton na votação para as primárias Democratas. Entendam bem, de um mês para o outro (!) o cara fez com que milhões de pessoas o conhecessem e fossem benevolentes para suas idéias. Isso só pode graças ao ótimo uso do ciberespaço, que tão rápido como as relações pessoais começam, se tornou um companheiro de Internet, um amigo no Facebook, uma celebridade no Twitter, ou seja, um igual a nós. Quer campanha política mais eficiente?